15 de nov. de 2016

SÉRIE - REFORMA LUTERANA - CONFISSÃO DE AUGSBURGO

ARTIGOS DA FÉ E DA DOUTRINA LUTERANA


ARTIGO XVIII - DO LIVRE ARBÍTRIO

Quanto ao livre arbítrio se ensina que o homem tem, até certo ponto, livre arbítrio para viver exteriormente de maneria honesta e escolher entre aquelas coisas que a razão compreende. Todavia, sem a graça, o auxílio e a operação do Espírito Santo, o homem é incapaz de ser agradável a Deus, temê-lo de coração, ou crer, ou expulsar do coração as más concupiscências inatas. Isso, ao contrário, é feito pelo Espírito Santo, que é dado pela palavra de Deus. Pois Paulo diz em 1 Coríntios 2: "O homem natural nada entende do Espírito de Deus". 
E, para que se possa reconhecer que nisso não se ensina novidade, eis aí as claras palavras de Agostinho a respeito do livre arbítrio, aqui citadas do livro III do Hypognosticon: "Confessamos que em todos os homens há um livre  arbítrio, pois todos t~em entendimento e razão naturais, inatos. Não no sentido de que sejam capazes de algo que concerne a Deus, como, por exemplo, amar e temer a Deus de coração. Somente em obras externas desta vida têm liberdade para escolher coisas boas ou más. Por obras boas entendo as de que é capaz a natureza, tais como trabalhar ou não no campo, comer, beber, visitar ou não um amigo, vestir-se ou despir-se, edificar, tomar esposa, dedicar-se a um ofício ou fazer alguma outra coisa proveitosa e boa. Tudo isso, entretanto, não é nem subsiste sem Deus; ao contrário: dele e por ele são todas as coisas. Por outro lado, pode o homem também praticar por escolha própria o mal, como, por exemplo, ajoelhar-se diante de um ídolo, cometer homicídio, etc."

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