31 de jan. de 2017

ESTUDO BÍBLICO


TEMA: a MORTE DE SARA


  • Texto Bíblico: Gênesis 23.1-20
  • Data: 31/01/2017
  • Horário: 19:00 hs
  • Local: CEL Cristo de Uberlândia - MG

    "VENHA PARTICIPAR CONOSCO"

    SÉRIE - REFORMA LUTERANA - CONFISSÃO DE AUGSBURGO

       ARTIGO XXIV - DA MISSA

    Injustamente são os nossos acusados de haverem abolido a missa. Pois é manifesto, sem jactância, que a missa entre nós é celebrada com maior devoção e seriedade que entre os adversários. E as pessoas também são instruídas muitas vezes e com o máximo zelo sobre o santo sacramento, para que foi instituído e como deve ser usado, a fim de, com ele, consolar as consciências atemorizadas, através do que o povo é atraído para comunhão e missa. Ao mesmo tempo, também se dá instrução contra outras, errôneas doutrinas concernentes ao sacramento. Não houve, outrossim, modificações notável nas cerimônias publicas da missa, à exceção, do fato de, em alguns lugares, se cantarem hinos alemães além dos latinos, para instruir e exercitar o povo, já que a finalidade principal de todas as cerimônias é que o povo delas aprenda o que lhe é necessário saber de Cristo.
    Antes de nosso tempo, entretanto, a missa foi mal-usada de diversas maneiras, como é notório, de tal sorte, que foi transformada m feira, havendo sido comprada e vendida, e, na maior parte, celebrada em todas as igrejas por causa do dinheiro. Homens eruditos e piedosos censuraram esse abuso repetidas vezes, mesmo antes de nosso tempo. Depois que os pregadores entre nós pronunciaram sermões a esse respeito e os sacerdotes foram advertidos a terrível ameaça que deve, com justiça, mover todo cristão, a saber, que é réu do corpo e do sangue de Cristo quem usar o sacramento indignamente, depois disso, essas missas comerciais e missas particulares, que, até aqui, haviam sido celebradas compulsoriamente por causa do dinheiro e das prebendas, foram abolidas em nossas igrejas.
    Ao mesmo tempo, foi censurado o terrível erro de se haver ensinado que Cristo, Senhor nosso, mediante a sua morte satisfez apenas pelo pecado original e que instituiu a missa como sacrifício pelos outros pecados, tendo-se, assim, transformado a missa em sacrifício pelos vivos e pelos mortos, sacrifício pelo qual se tirem pecados e se reconcilie a Deus. Disso, ademais, resultou haver-se discutido se uma missa rezada por  muitos merecia tanto como dizer missas especiais para indivíduos. Daí que veio a grande, inumerável multiplicidade de missas, de forma tal que se quis, com essa obra, alcançar junto a Deus tudo quanto se precisava. Entrementes, a fé em Cristo e o culto verdadeiro ficaram esquecidos.
    Houve, por isso, instrução a respeito, como, sem dúvida, o exigia a necessidade, para que se soubesse qual a maneira acertada de usar o sacramento. Em primeiro lugar, a Escritura mostra, em muitos lugares, que, pelo pecado original e por outros pecados, nenhum sacrifício há senão única e exclusivamente a morte de Cristo. Pois está escrito ad Hebraeos que Cristo se ofereceu uma única vez, satisfazendo, com esse sacrifício, por todos os pecados. É novidade de todo inaudita na doutrina eclesiástica isso de que a morte de Cristo haja satisfeito somente pelo pecado hereditário e não, também, por outros pecados. É de se esperar, por isso, compreendam todos que esse erro não foi censurado injustamente.
    Em segundo lugar lugar , São Paulo ensina  que alcançamos graça diante de Deus pela fé, não por obras. Manifestamente contrário a isso é o abuso d a missa de pensar que se obtém graça mediante essa obra. É sabido que se usa  missa a fim de, por ela, remover pecados, bem como para conseguir de Deus graça e toda sorte de bens, não apenas o sacerdote para si mesmo, porém, ainda, pelo mundo inteiro e por outros, vivos e mortos.
    Em terceiro lugar, o santo sacramento foi instituído não para, com ele estabelecer um sacrifício pelo pecado - pois o sacrifício já sucedeu anteriormente -, mas a fim de que, por ele, se nos desperte a fé e se consolem as consciências, as quais, pelo sacramento, percebem que Cristo lhe promete a graça e a remissão dos pecados. Razão por que esse sacramento requer fé, sendo em vão seu uso sem fé.
    Visto, pois, que a missa não é sacrifício para tirar os pecados de outros, vivos ou mortos, devendo, ao contrário, ser comunhão em que o sacerdote e outros recebem o sacramento para si mesmos, observa-se entre nós o costume de celebrar a missa em dias santos e, havendo comungantes, em outros dias; e aqueles que o desejam são comungados. De sorte que entre nós a missa é preservada em seu uso correto, tal como foi observada na igreja em outros tempos, conforme pode se provar com São Paulo, 1 Co 11.20ss., e, além disso, pelos escritos de muitos Pais. Crisóstomos informa como sacerdote, diariamente, fica de pé e convida uns à comunhão e a outros a proíbe que se aproximem. Também indicam os cânones antigos que um oficiava e comungava os outros sacerdotes e diáconos. Pois assim rezam as palavras no cânone niceno: Os diáconos, de acordo com sua ordem, devem receber o sacramento depois dos sacerdotes, das mãos do bispo ou do sacerdote.
    Já que, nisso, não se introduziu, por conseguinte, nenhuma coisa nova, que não haja existido na igreja desde tempos antigos, e visto que também não houve modificações notável nas cerimônias públicas da missa, excetuado o fato de as outras missas, desnecessárias, rezadas, talvez, por abuso, paralelamente à missa paroquial, foram eliminadas, não se deve, por justiça, condenar como herética e não-cristã essa maneira de celebrar a missa. Pois em tempos passados, também nas igrejas grandes, onde havia gente, não se rezava missa diariamente, nem mesmo nos dias em que o povo se reunia. Conforme indica a Tripartida Historia lib. 9, em Alexandria, às quartas e sextas-feiras, era lida e interpelada a Escritura, e realizavam-se os demais atos de culto sem a celebração da missa. (Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana. São Leopoldo: Sinodal; Canoas: Ulbra; Porto Alegre: Concórdia, 2006, pg. 45-46).

    28 de jan. de 2017

    Atividades da CEL Cristo para o fim de semana


    • SÁBADO - 28/01/2017
      • 14:00 - Encontro de Jovens
      • 16:00 - Encontro de Professores de Escola Bíblica
      • 17:00 - Ensaio da Banda
    • DOMINGO - 29/01/2017
      • 09:00 - Culto de 4º Domingo após Epifania
        • Tema: "Eu vejo a felicidade" - 
            Mateus 5.1-12

    "Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro que não falta em tempos de aflição"
    Salmo 46.1

    Culto 4º Domingo após Epifania


    TEMA: "Eu vejo a Felicidade!"

    Texto base: Mateus 5.1-12

    Leituras BíblicasSalmo 15 
                                   Miquéias 6.1-8
                                   1 Coríntios 1.18-31
                                   Mateus 5.1-12

    Hinos do Culto: 58, 92, 82, 128, 96, 137 (Louvai ao SENHOR)

    Hinos para Santa Ceia: 143, 144, 107 (Louvai ao SENHOR)

    Cor Liturgica: Verde

    Data do Culto: 29/01/2017

    Horário: 09:00 (manhã)

    "Cheguem perto de Deus, e ele chegará perto de vocês..." (Tiago 4.8)

    24 de jan. de 2017

    SÉRIE - REFORMA LUTERANA - CONFISSÃO DE AUGSBURGO

        ARTIGO XXIII - DO MATRIMÔNIO DOS SACERDOTES


    Houve no mundo entre todos, quer de alto, quer de baixo estado, magna e poderosa queixa a respeito de grande incontinência e procedimento e vida dissolutos dos sacerdotes que não foram capazes de se manterem continentes, e, na verdade, alcançara-se o auge com tais vícios terríveis. Para evitar tanto escândalo feio e grande e outra impudicícia, alguns sacerdotes entre nós entraram no estado matrimonial. Com razão, indicam que a isso foram impelidos e movidos por grande aflição de suas consciências, à vista do fato de a Escritura testemunhar claramente que o estado matrimonial foi instituído pelo Senhor Deus para evitar impureza, como diz Paulo: "Por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa" (1 Co 7.2). Também: "É melhor casar do que viver abrasado" (1 Co 7.9). E Cristo, ao dizer, em Mt 19.11: "Nem todos captam essa palavra", indica, ele que bem sabia qual a situação do homem, que poucas pessoas têm o dom da castidade. "Pois Deus criou o ser humano como homem e mulher" (Gn 1.27). Se está ou não no poder ou na capacidade do homem melhorar ou modificar, sem especial dom e graça de Deus, por resolução ou votos próprios, a criação de Deus, a excelsa Majestade, decidiu-o muito claramente a experiência. Qual bem, que vida honrosa e casta, que conduta cristã, honesta ou íntegra daí resultou no caso de muitos, quão terrível e pavoroso desassossego e tormento de consciência muitos tiveram no fim da vida por causa disso, é coisa manifesta, e muitos dentre eles o confessaram pessoalmente. Como, pois, a palavra e o mandamento de Deus não podem ser alterados por nenhum voto ou lei humanos, por essas e outras razões e causas, os sacerdotes e outros clérigos casaram.
    Também se pode provar com a história e os escritos dos Pais que na igreja cristã antiga houve o costume de os sacerdotes e diáconos casarem. Diz Paulo, em vista disso, 1 Tm 3.2: "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher". E faz apenas quatrocentos anos que na Alemanha os sacerdotes foram compelidos à força a deixarem o matrimônio e fazerem voto de castidade. Todos se opuseram a isso com tamanha seriedade e rijeza, que um arcebispo de Mognúcia, o qual publicara um novo edito papal a respeito, quase foi morto no tumulto de uma revolta de todo o corpo sacerdotal. E aquela proibição, logo no começo, foi efetivada com tanta rapidez e impropriedade que o papa, ao tempo, não só proibiu o matrimônio de sacerdotes para o futuro, mais ainda rompeu o casamento daqueles que havia muito já estavam nesse estado, o que não é apenas contrário a todo direito, divino, natural e civil, mas, também, inteiramente oposto e contrário aos cânones estabelecidos pelos próprios papas, bem como aos mais renomados concílios.
    Também se tem ouvido frequentes vezes muitas pessoas eminentes, devotas e sensatas expressarem opiniões e receios similares: que tal celibato obrigatório e privação do matrimônio, que o próprio Deus instituiu e deixou livre ao homem, nunca produziu qualquer bem, mas introduziu muitos vícios grandes e malignos e muitas maldades. Até um dos papas, Pio II, conforme mostra sua biografia, muitas vezes disse - e permitiu que lhe fossem atribuídas - estas palavras: que pode haver algumas razões por que seja o matrimônio proibido aos clérigos; mas que havia razões muito mais elevadas, muito maiores e muito mais importantes por que, novamente, se lhes devia deixar livre o matrimônio. Sem dúvida nenhuma, o Papa Pio, como homem ajuizado e sábio, falou essa palavra por causa de grave receio.
    Queremos, por isso, em submissão à Majestade Imperial, confiar que Sua Majestade, como imperador cristão, digno de alto louvor, graciosamente , levará em conta que ao presente, nesses últimos tempos e dias, de que faz menção a Escritura, o mundo se tornará cada vez pior e os homens sempre mais infirmes e frágeis.
    Por isso, é muito necessário, útil e cristão fazer esse exame cuidadoso, a fim de não suceder que, proibido o casamento, alastrem-se piores vergonhosas impudicícias e vícios nas terras germânicas. Pois que, sem dúvida, ninguém será capaz de alterar ou fazer essas coisas mais sabiamente ou melhor que o próprio Deus, que instituiu o matrimônio, para socorrer a fragilidade humana e prevenir a impureza.
    Assim, também, os antigos cânones dizem que, de vez em quando, se deve abrandar e relaxar a severidade e o rigor, por causa da fragilidade humana e a fim de acautelar e atalhar coisas piores.
    Ora, tal, sem dúvida, seria cristão e mui necessário também no caso presente. E que prejuízo poderia trazer a igreja cristã universal o matrimônio dos sacerdotes e do clero, especialmente o dos pastores e de outros que devem servir a igreja? A continuar por mais tempo essa dura proibição do matrimônio, provavelmente haverá falta de sacerdotes e pastores no futuro.
    Estando, pois, fundamentado na palavra e no mandamento de Deus, isso de os sacerdotes e clérigos poderem casar e, provando a história, além disso, que os sacerdotes casavam e, havendo o voto de castidade produzido número tão elevado de feios e incristãos escândalos, tanto adultério, tão horrível e inaudita imoralidade e vícios hediondos, que até alguns homens honestos de entre os cônegos, bem como alguns cortesões de Roma, muitas vezes reconheceram o fato e, lastimosamente, alegaram que tais vícios in clero, por horrendos e desmedidos, haveriam de suscitar a ira de Deus, é deplorável que o matrimônio cristão não só tenha sido proibido, mas que, em alguns lugares , se haja tido o atrevimento de castigá-lo sem demora, como se fosse grande maldade, não obstante haver Deus ordenado na Sagrada Escritura que se tenha em toda a honra o estado matrimonial. Da mesma forma é o matrimônio grandemente exaltado no direito imperial e em todas as monarquias em que houver leis e direito. Só em nosso tempo é que se começa a martirizar as pessoas, apesar de inocentes, apenas por causa de casamento, e acresce que se faz isso com sacerdotes, que deveriam ser poupados acima de outros. E isto sucede não só contrariamente ao direito divino, mas ainda, em oposição aos cânones. O apóstolo Paulo, 1 Tm 4.1,3, chama às doutrinas que proíbe o casamento ensino de demônios. Assim, o mesmo Cristo diz, Jo 8.44, que o diabo é homicida desde o princípio. Bem concordam as duas sentenças, por forma, que realmente devem ser ensinos de demônios proibir o casamento e atrever-se a manter semelhante doutrina com derramamento de sangue.
    Todavia, assim como nenhuma lei humana pode abrir ou modificar o mandamento de Deus, da mesma forma, também nenhum voto pode alterar o preceito divino. Essa também a razão de São Cipriano aconselhar deverem casar as mulheres que não guardam a castidade jurada, e diz, espist. 11, assim: "Se, porém, não querem ou não podem guardar a castidade, é melhor que casem do que caírem no fogo por sua volúpia. E devem acautelar-se bem para não causarem nenhum escândalo aos irmãos e irmãs".
    Ademais, todos os cânones mostram grande leniência e equidade para com aquelas que fizeram voto quando jovens. E foi na mocidade que a maioria dos sacerdotes e monges acabou nesse estado, por ignorância. (Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana. São Leopoldo: Sinodal; Canoas: Ulbra; Porto Alegre: Concórdia, 2006, pg. 42-44).

    18 de jan. de 2017

    SÉRIE - REFORMA LUTERANA - CONFISSÃO DE AUGSBURGO

      ARTIGOS SOBRE OS QUAIS HÁ DIVERGÊNCIAS E EM QUE SE RECENSEIAM OS ABUSO QUE FORAM CORRIGIDOS

    Visto, pois, que em nossas igrejas, nada se ensina sobre os artigos da fé que seja contrário à Sagrada Escritura ou a igreja cristã universal, havendo apenas corrigido alguns abusos, que, em parte, se introduziram por si mesmo como o correr do tempo, e em parte foram estabelecidos à força, vemo-nos obrigados a recenseá-los e a indicar a razão porque, nestes casos,se admitiu modificações, a fim de que a majestade Imperial possa ver que não se procedeu aqui de maneira não-cristã ou petulante, porém que fomos compelidos a permitir tal modificação pelo mandamento de Deus, que, com justiça, se há de respeitar mais do que qualquer costume.

    ARTIGO XXII - DAS DUAS ESPÉCIES DE SACRAMENTO

    Aos leigos são dadas entre nós ambas espécies do sacramento, porque é clara ordem e mandamento de Cristo em Mt 26: "Bebei dele todos". Cristo, aí, ordena com palavras claras, a respeito do cálice, que todos bebam dele. E, para que ninguém pudesse questionar essas palavras e glosá-las, como se se referisse somente aos sacerdotes, Paulo, mostra, em 1 Co 11, que toda a assembléia da igreja coríntica usou ambas as espécies. E esse uso continuou por longo tempo na igreja, conforme se pode provar com a história e os escritos dos Pais. Cipriano menciona em muitos lugares que naquele tempo se dava o cálice aos leigos. E São Jerônimo diz que os sacerdotes que administram o sacramento distribuem ao povo o sangue de Cristo. o próprio Papa Gelásio ordena que não se divida o sacramento Distinct. 2. De consecratione cap. Comperimus. Também não se encontra em parte nenhuma um cânone que ordene se receba apenas uma das espécies. E ninguém pode saber quando ou por quem foi introduzido esse costume de receber uma só espécie, ainda que o Cardeal Cusano mencione o tempo em que esse uso teria sido aprovado. Agora, é manifesto que tal costume, introduzido contrariamente ao preceito de Deus, bem como contrariamente aos cânones antigos, é incorreto. Razão porque foi impróprio onerar as consciências daqueles que desejaram fazer uso do santo sacramento de acordo com a instituição de Cristo, e coagi-los a procederem contrariamente à ordenação de Cristo Senhor nosso. E visto ser a divisão do sacramento contrária à instituição de Cristo, omite-se também entre nós a costumeira procissão com o sacramento. (Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana. São Leopoldo: Sinodal; Canoas: Ulbra; Porto Alegre: Concórdia, 2006, pg. 40-41).